terça-feira, 30 de abril de 2019

Gil Vicente e Ariano Suassuna – visão medieval ou contemporânea?


Gil Vicente, ainda na Idade Média, demonstrou de maneira ardilosa, soube usar das palavras contra as quais qualquer contra-argumento não se consolida. Gil Vicente produziu obras que denunciavam o comportamento desde os plebeus até os nobres, colocando-os no mesmo patamar de julgamento, não aliviando a mão (ou a pena), para desmascarar a falta de caráter dos seus personagens. Não fazia questão de distinguir classes sociais, colocando nas cenas as vaidades de ricos e pobres, faz censura contra a hipocrisia do clero, denuncia os exploradores dos mais marginalizados, fala da imoralidade e ridiculariza os costumes supersticiosos.
Sua intenção ia além de divertir, queria também alcançar a consciência do homem, destacando os vícios da sociedade cada vez mais corrupta, mostrando-lhe que o melhor caminho é o do bem.
Sua escrita é instigante, atual, desafiadora. Quebrou padrões e por isso até hoje é estudado como ícone da literatura. Sua obra, sem dúvida, é emblemática, pois retrata sua época de maneira fiel, usando do teor satírico, moralizante, repleto de humor.
No contexto atual, um filme brasileiro baseado na obra de Ariano Suassuna, retratou com inteligência uma cena onde ocorre um julgamento com personagens tradicionais com as características que aparecem nos autos de Gil Vicente. Apesar de todo filme trazer a temática da crítica aos costumes da sociedade e das instituições retratando a humanidade num espaço tipicamente brasileiro (o Nordeste), seus personagens são alegóricos e reais; buscando sempre o equilíbrio entre a oposição entre o bem e o mal, justiça e misericórdia, moralidade e corrupção.
Esta cena está na grandiosa obra O Auto da Compadecida, que se transformou em filme em 2000. Para quem não conhece a obra de Gil Vicente, vale a pena conferir, pois são carregadas de ambiguidades. Para quem ainda não conhece a obra do brasileiro Ariano, corre lá conferir!


Amar é...



Na década de 80, um dos hobbies de muitas adolescentes era colecionar papeis de carta, e um deles era a famosa coleção “Amar é...”. Esses papeis foram criados pela neozelandesa Kim Grove e vinham com mensagens sobre amor e um casalzinho de mãos dadas e nus.

(Disponível em: http://estiloanos80.blogspot.com/2014/03/amar-e.html)


(Disponível em: http://estiloanos80.blogspot.com/2014/03/amar-e.html)

Partindo das definições de “amar é...” e estudando as características e temáticas da segunda geração do Romantismo - Poesia, nossos alunos das 2ª séries da E.E.B. Professora Maura de Senna Pereira produziram pequenos cartazes sobre a definição da palavra amar.






















Parabéns pelo desenvolvimento das atividades, car@s alun@s.

Professoras Denize e Luciane.

segunda-feira, 22 de abril de 2019

ROMANTISMO EM AÇÃO - POESIA



Logo após a independência política do Brasil (1822), nasce o Romantismo brasileiro em busca de uma identidade nacional. O movimento foi tido como  antilusitano e anticilonilista, com forte rejeição à literatura  produzida na época colonial nos moldes  portugueses. A busca dessa identidade resgata o passado histórico, elementos de origem nacional. O período é dividido em três períodos distintos:
- Primeira geração: nacionalista, indianista e religiosa.  Os primeiros românticos são conhecidos como nativistas, devido a forma que retratam os índios vivendo livremente na natureza, num aspecto idealizado. O índio é transformado no símbolo do homem livre e incorruptível. Os poetas que se destacam são: Gonçalves Dias e Gonçalves de Magalhães.
- Segunda geração: é um período marcado pelo mal do século, apresenta egocentrismo irritado, pessimismo, satanismo e atração pela morte. O tema que fascinou os escritores da segunda geração romântica brasileira foi a morte. Os aspectos mais evidentes deste período é a visão negativa do mundo e da sociedade, onde expressam sua inadequação à realidade. Os poetas que se destacam são: Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela e Junqueira Freire.
- Terceira geração: esse período desenvolve uma poesia com caráter político e social, é formada pelo grupo condoreiro. Essa geração apresenta estilo grandioso ao tratar de temas sociais diretamente ligado à causa abolicionista e republicana desenvolvendo, assim, a poesia social. O maior representante dessa fase é Castro Alves.
Como podemos perceber, os temas da época do Romantismo ainda são amplamente abordados nos dias atuais, seja na poesia ou na música popular brasileira. Dependendo o gênero musical, os temas se encaixam e cumprem seu cunho social. Uma pesquisa breve nas músicas nos dará a proporção desses temas. Nos mostrará principalmente que as escolas literárias não são imobilizadas no tempo, apenas desenvolvem sua função em cada período em que estão inclusas. Fica evidente que os anseio do povo não mudam, apenas se aprimoram.

Denize e Luciane